O Diretor da Divisão de Tecnologias, Mudanças Climáticas e Gestão dos Recursos Naturais da UNECA considera que a realização desta 9ª Conferência sobre o Clima e o Desenvolvimento Económico em África, em Cabo Verde pretende assegurar que a mensagem em torno da vulnerabilidade é bem entendida “e não há país melhor do que Cabo Verde, um pequeno estado insular, para ilustrar a superação das vulnerabilidades”.

“Estamos a apenas algumas semanas da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um evento particularmente importante para África, que é o continente mais vulnerável, e os estados insulares africanos são os mais vulneráveis entre todos”, considera Jean Paul Adam.

A COP 26 será realizada na cidade de Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021, sob a presidência do Reino Unido.

O Diretor da Divisão de Tecnologias, Mudanças Climáticas e Gestão dos Recursos Naturais da UNECA justifica ainda a escolha do arquipélago de Cabo Verde para acolher a realização desta conferência internacional com as medidas tomadas pelo governo contra a pandemia do COVID 19.

“Cabo Verde está em condições de acolher esta conferência internacional e os seus participantes em segurança, graças às medidas tomadas de controlo à pandemia do COVID 19 mas, obviamente não à escala que poderíamos ter se não estivéssemos neste contexto”.

Na abertura das reuniões técnicas preparatórias da 9ª Conferência sobre o Clima e Desenvolvimento Africano que decorre na cidade de Santa Maria, ilha do Sal, o uso das tecnologias digitais e da inovação para a melhor adaptação às mudanças climáticas foi um dos principais temas abordados.

“Queremos levar ao COP 26, não apenas os desafios e as vulnerabilidades mas também colocar o foco em potenciais soluções. E países como Cabo Verde, são perfeitos casos de estudo sobre a utilização das tecnologias para construir a resiliência climática. Pelo que sei, Cabo Verde está entre os países africanos que mais tem apostado em energias renováveis e já se começa a trazer a inteligência artificial para impulsionar a eficiência do uso destas energias”.

Para Jean Paul Adam, iniciativas do género em Cabo Verde têm merecido o investimento das Nações Unidas e podem ser replicadas em outros países.

A UNECA tem apostado cada vez mais em tecnologias de ponta, como a inteligência artificial e a inovação como forma de construir a resiliência climática.

“Estamos a desenvolver estratégias no continente para aumentar a capacidade dos estados africanos. Apoiamos recentemente o lançamento do centro regional de inteligência artificial em Brazzaville, Congo”.

A 9ª Conferência sobre o Clima e o Desenvolvimento Económico em África acontece na ilha do Sal até a sexta-feira, 17.