“Cabo Verde introduziu no Mercado de Capitais, o primeiro ´Basket Bond`, ou seja, a primeira modalidade de emissão agrupada de entidades privadas. No caso, foram seis das maiores empresas de construção do país que se associaram para criar um agrupamento de empresas e, assim, mobilizar financiamento para a conclusão das obras do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA), por antecipação de recebimentos, no âmbito dos contratos assinados com o Estado para execução das obras do PRRA” – Secretária de Estado do Fomento Empresarial, Adalgisa Vaz, esta quarta-feira, 6, na cerimónia de apresentação formal da liquidação física e financeira da emissão obrigacionista na cidade da Praia.

“Os Basket Bonds, nova modalidade de emissão de obrigações, aumentam o interesse dos investidores institucionais e apresentam-se como uma ferramenta de acesso à Bolsa em particular pelas PMEs, que individualmente, emitindo obrigações de pequenas denominações, teriam dificuldades de acesso ao mercado de capitais” - reforçou a Secretária de Estado.

Conforme explicou a governante, a “operação do Agrupamento de empresas do PRRA não se distingue pela mobilização, com sucesso, através da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVCV), do montante de 1 milhão e setecentos mil contos, para o relançamento das obras do PRRA, nem por se tratar do maior volume de obrigações emitidas na Bolsa por uma entidade privada e, tão pouco por representar o maior volume de Social Bond emitidos em Cabo Verde, na medida em que, estamos cientes, que nesta senda de soma e segue, em termos de inovações financeiras, no âmbito do Plano de Retoma, todos os recordes mencionados serão rapidamente ultrapassados, atendendo a carteira de operações pendentes na BVCV num montante total de cerca de doze milhões de contos”.

A governante aproveitou ainda para “distinguir as características da engenharia financeira desta operação inédita na Bolsa de Valores de Cabo Verde com uma montagem endógena, sem intervenção de consultores externos, e em estreita articulação com todos os atores nacionais Ministério das Finanças; Bolsa de Valores; Banco de Cabo Verde (BCV) e os Bancos Comerciais subscritores, que agradecemos, nomeadamente a Caixa Económica de Cabo Verde, o Banco Comercial do Atlântico, o Banco Interatlântico e o Ecobank - que destacou por ter subscrito mais de metade dessas obrigações”.

Adalgisa Vaz enalteceu ainda a operação por ser “de interesse para o Estado, no contexto atual de tripla crise, com impacto negativo nas contas públicas, na medida em que se trata de um financiamento para conclusão de obras públicas, sem qualquer impacto na divida pública e sem recurso ao aval do Estado comparativamente à resolução, anteriormente aprovada para conclusão das obras do PRRA mediante recurso das empreiteiras ao crédito bancário”.

“Estamos perante a maior operação de alavancagem de fundos públicos, tendo sido possível, com base numa verba do PRRA de 832 mil contos inscrita no Orçamento do Estado de 2022, de arrecadar, nesta fase, um total de cerca dois milhões e setecentos mil contos somando os 920.000 contos previamente mobilizados para as Câmaras Municipais com contratos programas assinados para execução das obras do PRRA” rematou.