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Unindo esforços para repensar os modelos de financiamento do continente africano - Asset Display Page

Unindo esforços para repensar os modelos de financiamento do continente africano

Informações,Conferência Publicado em: 02-12-2021 16:05

Um por todos e Todos por Um’. Pode-se dizer que este é o espírito da Conferência Económica Africana 2021, co organizada  pelo Governo de Cabo Verde, o Banco Africano do Desenvolvimento, as Nações Unidas e o PNUD, na ilha do Sal, em Cabo Verde sob o lema "Financiar o Desenvolvimento da África no Pós-COVID-19”.

Ao presidir à abertura do evento, o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, afirma não ter dúvidas de que o continente africano não conseguirá, sozinho, suprir a enorme lacuna de financiamento para poder concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) somente com as receitas estatais e os níveis atuais da ajuda ao desenvolvimento.

Por isso, considera que esta conferência é, por demais, atual, pois ajudará a repensar o modelo de financiamento do desenvolvimento do continente. José Maria Neves sublinha que o perdão ou a reconversão da dívida ajudaria a aliviar a pressão que a pandemia da Covid-19 trouxe aos países africanos.

"Urge uma renegociação da dívida e em muitos casos, o perdão parcial por parte dos principais credores em troca de compromissos firmes dos países em fazer investimentos sustentáveis em programas sociais, de capacitação do capital humano, de educação e saúde mas também em programas de infraestruturação"- sublinhou o Chefe de Estado cabo-verdiano. Neves realçou o pesado fardo que os pequenos países insulares como Cabo Verde, fortemente dependentes do turismo, estão a carregar por causa da crise pandémica.

"Confrontado com vulnerabilidades internas e externas, a sua natureza arquipelágica, mercado reduzido, catástrofes naturais e fortemente dependente do setor do turismo e com secas recorrentes, Cabo Verde encontra-se entre os países mais afetados pela crise pandémica, comprometendo anos de progresso"- realçou o Presidente da República desse arquipélago situado ao largo do Senegal, advogando ser urgente que os parceiros e instituições internacionais passem a dar um tratamento diferenciado aos SIDS em matéria de acesso ao financiamento em condições concessionais, bem como de facilitação do comércio e do alívio da dívida externa.

Por seu lado, o Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Kevin Urama, salientou que é importante “atrair os parceiros e, conjuntamente, pensar formas de financiamento que não deixem ninguém para trás".

Urama acrescentou que desde o início da pandemia "o BAD disponibilizou mais de 7 bilhões de dólares para aumentar as respostas aos impactos da Covid-19 e juntamente com os governos de cada país africano tem estado a providenciar assistência técnica visando criar sistemas de governação inovadores".

O Vice-Presidente do BAD afirma que o Banco tem dados que mostram que a pandemia pode empurrar 40 milhões de pessoas para a pobreza se medidas urgentes não forem tomadas.

A adjunta do Secretário-Geral da ONU, Amina Mohamed considerou que as desigualdades no acesso dos países africanos às vacinas fazem com que África perca milhões de dólares em investimentos.